Em seu post, a aluna Thais Rizuto comenta alternativas
viáveis para a área da construção civil, levando-nos a refletir sobre a relação
entre progresso (?) e sustentabilidade... Recomendo muito a leitura!
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Desde que a natureza perdeu
sua paciência, somos recompensados com o grande desafio de aturar desastres
naturais e, já que não podemos prolongar a vida da Terra, devemos evitar acelerar
seu fim.
Vários
assuntos contribuíram para a amenização de tais desastres, assim como a
exclusão das sacolas plásticas que gerou grande impacto na sociedade e uma nova
oportunidade de gerar lucro nos supermercados, mas admitamos, substituindo-as
por biodegradáveis ou de qualquer outro material, pagando por uma, é como ser a
favor da extração de petróleo e do desmatamento, sendo que a finalidade de
prejudicar o ambiente será a mesma, o único modo de melhorar isto é evitar
usá-las.
Mas,
focando-nos num assunto menos comentado... Já olhou a paisagem linda que a
janela te oferece? Às vezes, até esqueço que moro na praia, de tantos edifícios
que a cercam, sem esquecer as futuras construções que, atrás de suas
irresistíveis propagandas e sua belíssima arquitetura, escondem o barulho e a
poluição que serão produzidas através de suas atividades, como a demolição,
movimentação de terra, serviços de corte, raspagem, lixamento, perfuração,
todas elas gerando transtornos para nossa qualidade de vida e impactos ao meio
ambiente.
Existem
soluções para evitar este processo, porém estas inovações ainda estão surgindo
aos poucos, uma destas é o reaproveitamento de recursos. Os contêineres, por
exemplo, que, ao serem inúteis para o transporte marítimo, tornam-se uma
alternativa na construção sustentável. Traz-nos melhores benefícios como: baixo
custo, curto prazo de construção, fácil transporte, economia de recursos
naturais como areia, tijolo, cimento, água, ferro, obtendo-se uma obra mais
limpa. A empresa britânica Travelodge, por exemplo, utilizou 86 contêineres,
pré-montados da China, para construir um hotel de 120 quartos em apenas
12 semanas e a um custo menor, sendo que, caso aconteça algum imprevisto, estes
podem ser reciclados novamente.
Hotel
contêiner – Londres, Reino Unido, 2008
http://www.designboom.com/weblog/cat/9/view/3680/travelodge-container-hotel-opens.html
Assim, também com a mesma intenção, o arquiteto
japonês Shigeru Ban traz a inovação de reaproveitamento de madeira e papelão
nas construções. Desta maneira, ele
reconstruiu cidades que foram devastadas por desastres naturais, tanto no
Japão, como na Turquia, Índia e Nova Orleans, criando casas provisórias vistas
não só como refúgio, mas também como um lar acolhedor para morar, sendo que
tais construções já estão preparadas para enfrentar novos fenômenos. Japão, por
ser mais ameaçada por terremotos e temporais, ganha mais participação do
arquiteto criando refúgios para as vítimas. Após o terremoto em Köbe, 1995, ele
construiu a igreja e a casa de papel. Nesta última, por exemplo, é composta por
caixas de cerveja, substituindo os cimentos, e tubos de papelão, representando
a parede, ambas totalmente recicláveis.
Casa de papel – Lago Yamanaka, Yamanashi, Japão, 1995
http://www.shigerubanarchitects.com/SBA_WORKS/SBA_PAPER/SBA_PAPER_5/SBA_paper_5.html
Voltando para a paisagem
urbana e poluente, é realmente necessário todo esse processo de construção enquanto
podemos optar por métodos mais ecológicos? Não nos referimos a simples casas e
sim a enormes prédios, somos contra as mudanças que mantêm a Terra em risco e,
ao mesmo tempo, estamos pagando para que estas sejam produzidas.
( Thais Rizzuto, ADM, diurno)
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