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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Cultura islã, terrorismo e mais preconceito

Este post discute um outro malefício advindo de mais um lamentável ataque terrorista, que é fomento ao preconceito contra os muçulmanos de forma generalizada. Urge a reflexão!
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Muito se fala sobre o ataque na França que deixou 129 mortos e cerca de 350 feridos. O que pouco se fala e deveria ser dito é sobre as consequências disso para a comunidade muçulmana na França e em outras partes do mundo. Em tempos de tensão com os ataques terroristas que envolvem a religião islâmica, toda a atenção recai sobre os muçulmanos. Tudo isso eleva ainda mais o temor de uma onda de “islamofobia” e perseguição.
A comunidade muçulmana condena veementemente os ataques e diz que os que praticam atos terroristas não representam o Islã, nem os muçulmanos. Para quem não sabe, o próprio nome Islã vem da palavra salam, que significa paz. A religião islâmica prega a questão da paz, da tolerância, do respeito, de respeitar o direito do outro, ter consideração pelo outro, colocar-se no lugar dele e isso é seguido pela grande maioria dos muçulmanos.
O islamismo é a segunda maior religião da França ficando atrás somente do catolicismo. São seis milhões e meio de fiéis que correspondem a 10% da população. Apesar de ser o país com a maior comunidade muçulmana da Europa, segundo a revista Época, uma pesquisa divulgada ano passado pelo jornal Le Monde revelou que 74% dos franceses consideram o islamismo “intolerante” e “incompatível” com a cultura francesa.
Às vezes, é necessário colocar-se no lugar do próximo para compreender melhor a situação. Para entender como é ser muçulmano na França, é só pensar que o país é uma porta de entrada de muitos imigrantes vindos principalmente de países islâmicos do norte do continente, que, com pouca ou quase nenhuma oportunidade de emprego e de estudo, acabam não se integrando à sociedade francesa. E, a cada ataque terrorista, fica mais difícil para estes homens serem vistos como cidadãos franceses, e não como suspeitos.
A população que segue o islã tem, por exemplo, menos chances de encontrar um trabalho. Segundo a Folha de São Paulo, uma pesquisa da universidade Stanford, realizada em 2010, mostrou que um muçulmano de origem africana tem 2,5 vezes menos chances de ser chamado a uma entrevista de emprego que um cristão francês de mesma qualificação e origem.
Ainda segundo o jornal, outra pesquisa realizada pelo Observatório da Islamofobia mostrou que, em 2013, houve 691 atos contra muçulmanos e suas instituições na França, o que corresponde a um aumento de 47,3% em relação ao ano de 2012.
É fato que o terrorismo é imediatamente associado aos muçulmanos. Por conta disso, aumenta a pressão para que leis de imigração e censura sejam cada vez mais rígidas. Isso afeta pessoas que nada têm a ver com o extremismo. O crescimento das forças anti-Islã preocupa os muçulmanos da França.
As palavras têm poder, então temos que tomar muito cuidado, quando falamos que o Islã “também tem pessoas de bem”, porque parece que a regra geral é o terrorismo, quando, na verdade, é o contrário. A regra geral é a paz, é a solidariedade, as pessoas que fazem o mal é que são exceção. Não podemos julgar um grupo por essas pessoas, nem tachar isso de terrorismo islâmico. Dessa forma, estaremos apenas criando ainda mais preconceito.


                                     (Raphael Caprile, Ciências Contábeis)

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Fora da estrada

Este post está incrível... Leitura fluida e divertida, tanto quanto necessária para a nossa reflexão. Parabéns, Victor!
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Foi ano passado, quando primeiro percebi o carro. No comercial de televisão onde o jovem adulto bem vestido, gel no cabelo, camisa engomada, sai do escritório para entrar em seu carrão rumo a um fim de semana de aventuras. Com direito a dirigir entre um estouro de boiada e levantar cortina de lama em câmera lenta para, segunda-feira, exibir orgulhosamente pela cidade seu possante com as marcas da estrada de terra. “O conforto da cidade com a liberdade off road” dizia a grave voz narrando a lúdica propaganda.
Minha colega, uma diminuta artrópode hemofágica que aluga um espaço na parte de trás de minha orelha, baixou o jornal que segurava e me fitou por cima dos óculos sem nada dizer, enquanto eu ficava impressionado pela sedutora propaganda.
– Que foi, pulga? – perguntei.
– Você cai nessa?
– Claro que não. – respondi constrangido ao perceber que caí direitinho. A pulga sabe que esse tipo de propaganda não é para pessoas como eu.
            A segunda vez que vi o gigante automotivo foi muito mais emocionante. Pudera, ele não estava atrás da frígida tela de um televisor. Estava cortando toda a humildade de minha bicicletinha para fora da pista. O largo utilitário esportivo ocupava toda a faixa direita da avenida. Não havia espaço para mais nada. Me vi obrigado a sair do asfalto e esperar uma chance de voltar a pedalar em segurança. Logo à frente, um semáforo se avermelha e segura meu algoz de 2300 cilindradas no lugar, dando-me a chance de emparelhar e mandar um singelo abraço à mãe do motorista. Antes da troca educada de elogios, porém, bati com a língua nos dentes ao perceber que o exímio piloto era meu supervisor. Estava lá se dirigindo à fábrica assim como eu. Aquele para assistir, esse para trabalhar.
            Coisa maravilhosa é o instinto de sobrevivência do ser humano, visto que, naquele momento, recolhi-me à insignificância socioeconômica do alto da bicicletinha e, com um aceno para o superior hierárquico que arrancava o veículo na abertura do semáforo, pedalei para duas faixas de distância cortando outros carros e arriscando ser atropelado. Ao chegar à fábrica, o satisfeito condutor me intercepta no corredor.
– E aí, ciclista?
– Opa, chefe, carrão, hem?
– É o SUV do ano! Quatro por quatro e tudo.
– Esportivo utilitário, né? E pra onde vai com tanta potência automotiva?
– Aqui, pro serviço, e pra casa de praia nos fins de semana.
            Na hora, pensei “Seu exibido arrogante, você mora a quinze minutos do serviço e sua casa de praia fica na cidade vizinha. São vinte quilômetros de pista perfeitamente asfaltada e sei que você mal aparece por lá duas vezes por ano.” Mas, como é incrível esse tal instinto, o que realmente saiu pela minha boca foi:
– Legal! Com licença, vou pra minha estação.
            Pula a pulga de trás de meu ouvido e pousa na mesa onde fica o computador.
– Eu sei o que você está pensando. Um carro daquele e o cara nem precisa de tudo isso.
– É, pulga. Mas é assim mesmo. Status quo. Ele é supervisor, tem de manter as aparências. Fora que esses carrões estão na moda. – rebati só para não concordar com o animal.
– Agora você falou algo certo, dá uma olhada nisso.
O pontinho preto saltitou pelo teclado do computador e abriu uma página eletrônica com um gráfico.


– Esses carros estão vendendo cada vez mais, mesmo num cenário de queda dos automotivos. – argumentou a pulga com ar professoral.
– Sim, e qual o problema? – retruquei.
– O problema é a sustentabilidade!
– Sustentabilidade? – perguntei incrédulo – Então, você está me dizendo que a venda de SUVs, de alguma forma, afeta a reciclagem do lixo?
– Sua visão de sustentabilidade é muito limitada, amigo. Pensa comigo: os carros estão cada vez maiores e, consequentemente, mais pesados. Mais peso causa maior queima de combustível. E não são apenas esses SUVs, o tamanho dos carros populares aumentou quase vinte centímetros nos últimos dez anos. Parece pouco, eu sei, mas multiplique esses vinte centímetros pela quantidade de carros nas pistas. Imagine a falta que faz esse espaço na hora de estacionar. Você tem notado os congestionamentos cada vez maiores. O espaço nas ruas não está ficando maior, e os carros estão fazendo o inverso do ideal, que seria adaptar o tamanho dos carros para uma área urbana saturada de veículos. Vias públicas são recursos limitados e gerenciar esses recursos também faz parte da sustentabilidade.
– Eu não tinha pensado por esse lado.
– Claro que não. Você lembra dos Smart Cars? Em 2005, quando o tratado de Quioto entrou em vigor propondo, entre outras medidas sustentáveis, a eficiência energética e a reforma no setor de transportes, esses carros supertecnológicos, econômicos e minúsculos foram apresentados como a solução derradeira para a mobilidade urbana. Chegou a ter certa atenção da mídia, mas logo foi engolido pela poderosa indústria automobilística. Pior, numa mostra cruel de sua força, manobrou a tendência do setor para que do fracasso dos carros sustentáveis emergissem os potentes utilitários esportivos. Estes são a antítese dos carros sustentáveis, apesar das propagandas apelarem com frases como “o mais econômico da categoria”, “linha eco” e “total flex”.
– Mas não podemos fazer nada a respeito. Estamos cada vez mais off road sem sair da cidade.
– Você talvez não. Mas nós, pulgas, temos o dever de espalhar, de orelha em orelha, essa coceirinha que deixa as pessoas inquietas... 


Para saber mais:

http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/04/6-novos-suvs-em-1-mes-veja-tudo-deles-e-como-os-rivais-se-mexeram.html (notar no fim da matéria as medidas dos carros, chegando a ser quase 20% maior em comprimento e largura dos carros populares)

                                                 (Victor Pedroso de Macedo, Ciências Contábeis)

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A involução humana

Mais um texto corajoso, que denuncia algo muito sério que vem acontecendo com a humanidade... Ficaremos de braços cruzados diante disso? 
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Hamlet disse: “Há algo de podre na Dinamarca”! Se Shakespeare estivesse vivo hoje, provavelmente ampliaria seu campo de atuação e Hamlet diria: “Há algo de podre na humanidade”!
 Uma menina, criança, 12 anos, participante de um programa de televisão com outras crianças, foi alvo de comentários pedófilos e covardes. Sim, porque chamar a mim, mulher adulta, de vagabunda, na minha cara, não fariam, pois sabiam que, no mínimo, levariam um tapa! Agora, escondido atrás de seu monitor, se referir a uma menina de 12 anos dessa maneira, uma menina que não estava se insinuando, que não estava usando roupas provocativas, estava apenas “brincando de cozinha” em rede nacional, é, além de podre, nojento, doentio, covarde!
 Há, sim, algo de podre na Dinamarca. Mas há também na Alemanha, onde o Conselho de ética quer legalizar sexo entre pais e filhos e entre irmãos. Há algo de podre no Brasil, onde uma garota é publicamente destruída porque, no calor de um jogo de futebol, xingou o goleiro do outro time, que era negro, de macaco, mas deixa impune quem se refere a uma criança de 12 anos como vagabunda, e atribui a culpa da pedofilia a “essa molecada gostosa”, como disseram em um dos comentários.
Por favor, não estou dizendo que a garota gaúcha não deveria ser punida pelo seu ato de racismo. Talvez porque eu tenho uma filha da mesma faixa etária, ou talvez simplesmente por que eu penso assim, para mim, qualquer agressão a uma criança é muito pior, seja ela física ou verbal, e deve ser punida de forma exemplar.
 Sim, há algo de podre no Brasil, e não está na Dilma, no PT, nem no Alckmin ou no PSDB. Está em cada um de nós, que permitimos que casos como esses se esfriem e não tomem a dimensão que merecem. Que, por preguiça ou por inércia, não nos indignamos com uma coisa dessas e demandamos punições.
 Há algo de podre na humanidade! Mas como não há um Ctrl + Alt + Del, temos que seguir em frente, acreditando que a humanidade está em evolução!
                                                                       (Iara Milito, ADM, diurno) 



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A rede (anti) social

Neste post, a aluna Mayara convida-nos a refletir sobre o uso nada saudável das redes sociais... Você já parou para pensar nisso? 
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Você já parou para pensar quantas vezes olhou o seu Facebook hoje? E quanto tempo você perdeu no Whatsapp podendo estar na companhia de seus amigos? Hoje em dia, em qualquer lugar a que a gente vá, veremos pelo menos uma pessoa mexendo no seu celular. Será que isso é saudável?
Por curiosidade, resolvi fazer uma pesquisa informal entre meus amigos e perguntar sobre o dia a dia deles e o quanto eles são dependentes do celular. Em algum dos casos, fiquei sabendo que, até mesmo dentro casa, eles conversam entre eles por alguma das redes sociais. Ninguém mais senta na sala em um dia aleatório para bater um papo e contar as novidades, mesmo juntos cada um está vidrado no seu celular sem dizer uma palavra sequer. Nos relacionamentos amorosos, os jovens têm a necessidade de fazer diversas declarações um ao outro pelas redes sociais, mas será que quando se encontram, eles dizem um “eu te amo’’ ao outro? A necessidade de postar alguma coisa para se mostrar ao outro, hoje é mais importante do que o próprio sentimento. Quantos relacionamentos são apenas de Facebook? Uma “falsa felicidade’’ que é transmitida ali, mas que, na realidade, não é nada daquilo.
Uns só falam de futebol, outros sobre o quanto sua religião é a mais correta de todas, a outra só coloca frases de tristeza devido ao fim do seu relacionamento e outros que se dizem os juízes e sabichões, com base em comentários aleatórios que veem na internet, já saem dizendo o que é certo ou errado sem ao menos se aprofundar no assunto. Sem contar as fotos de gente seminuas postadas em busca de algumas curtidas.
O que seria um instrumento para acharmos um colega da escola, para falarmos com um parente distante, de pesquisa, hoje se torna o mal do século. São torcidas organizadas que marcam encontro umas com as outras para brigar; jovens que agendam os famosos “rolezinhos’’ para tumultuar em shoppings; pessoas que compartilham informações erradas causando confusões e até mortes entre tantas outras coisas. As pessoas precisam ter consciência de que uma informação errada, uma vez transmitida, pode causar um estrago enorme. Portanto, devem ter cuidado com as coisas que compartilham. Viu alguma matéria? Pesquise sobre o assunto, vá atrás para saber se realmente é aquilo antes de compartilhar, de julgar.
           Diante dessa realidade, a internet pode afetar a vida das pessoas e dos relacionamentos se não houver controle entre as atividades do dia a dia e os momentos conectados. É necessário que a gente estabeleça horários para seus acessos, crie uma rotina saudável, realizando outras atividades prazerosas e aproveite os momentos perto das pessoas de que a gente gosta, pois são únicos. Além disso, precisamos ter a consciência de que somos responsáveis por tudo aquilo que nós compartilhamos ou postamos em nossas redes sociais já que podemos influenciar pessoas mesmo que não queiramos.
            E você, faz o uso correto da rede social?
Fonte:https://aoquadrado.catracalivre.com.br/impacto/fotografo-apaga-smartphones-de-imagens-para-mostrar-como-a-hiper-conectividade-nos-tornou-solitarios/ 

                                                    (Mayara Moraes, ADM noturno)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Eu e a crise hídrica

Vale muito a pena ler (e refletir) sobre esta crônica do Alex - aluno de Contábeis - a respeito da conscientização do uso racional da água.
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Sou uma pessoa meio neurótica, que isso seja de conhecimento geral, e saibam que fico especialmente mais neurótico com catástrofes naturais - tsunami, terremoto, vulcões em erupção e afins -, morro de medo só de pensar nessas coisas.
Depois de mais de um ano vendo, nos noticiários, matérias sobre a escassez de água em nosso planeta, e principalmente na Grande São Paulo, finalmente a “Crise Hídrica em São Paulo é reconhecida pelo Governo”, aterrorizante, não? Temos ouvidos essas notícias praticamente todo dia e as pessoas parecem não dar conta da gravidade das coisas. Sinto-me afligido por isso de tal maneira que comecei a ficar meio neurótico com o assunto, afinal, a falta de chuva também é uma catástrofe natural, certo?
Dentro de minha preocupação, talvez nem tanto neurótica se avaliarmos a gravidade da situação, tenho feito algumas pesquisas na internet e descobri coisas alarmantes. Pensemos no seguinte: imagine que toda a água do mundo coubesse dentro de uma garrafa de 2 litros; imaginou? Agora, sabe quanto disso seria água doce e potável? Apenas uma gotinha... Isso mesmo, uma mísera gotinha. Agora, com isso na cabeça e levando em consideração a situação hídrica em que vivemos, digam que eu não estou com a razão com relação ao que me aconteceu recentemente.
Eu faço sempre o mesmo caminho para ir trabalhar e, todo dia, vejo uma senhora lavando a calçada, não bem lavando, e sim varrendo a calçada com a água da mangueira. Ela faz isso todo santo dia, e cada dia que eu passava por lá, aquilo ia me dando uma raiva até que um dia não consegui me controlar, olhei para ela e disse o seguinte:
"Calçada não sente sede não, minha senhora, então, se limpa com balde e vassoura, não com a mangueira!" Me senti o máximo!
A mulher ficou muito doida, e se encheu de razão para me mandar para aquele lugar. Eu fiquei consternado com tal resposta, parei, olhei para cara dela e disse "Nossa, além de tudo é malcriada. Aproveita e lava a boca também!", virei e continuei o meu caminho, ela resmungou algo, provavelmente me xingou, mas não consegui entender o que ela disse.
Agora, toda vez que vou trabalhar, ela fica esperando me ver para ligar a mangueira e começar a lavar a calçada, faz cara de deboche e fica me encarando. Dia desses, para me irritar, ela pegou a mangueira e começou a fazer chuvinha com água no meio da rua. Eu fiquei com uma raiva tão grande, mas só olhei para ela e balancei a cabeça como forma de reprovação, joguei um olhar diminutivo para ela e segui em frente.
Na semana retrasada, quando passei, ficamos nos encarando enquanto ela jorrava toda a água de sua mangueira na calçada, foi quando ela, num ato completamente infantil, fez uma careta e me mostrou a língua. Achei aquilo um absurdo e, num reflexo instantâneo, e patético devo admitir, devolvi a língua pra fora e continuei meu caminho. Logo depois que fiz isso, senti um pouco de vergonha de mim mesmo, mas logo esse sentimento virou raiva. Percebi que aquilo havia deixado de ser apenas uma discordância do uso correto dos recursos naturais do planeta e tinha virado guerra!             
         Não consegui parar de pensar nessa pessoa o dia inteiro, eu tinha que arranjar uma maneira de me fazer ouvir, foi quando tive uma ideia maravilhosa, escrever uma carta para a patroa dela, sei que ela trabalha lá, pois, uma vez quando ia para casa no meu horário de almoço, a vi conversando com a tal patroa no portão da residência, que pedia para esbanjadora ir mais cedo trabalhar no dia seguinte. Escrevi a tal carta como se fosse uma mulher, na tentativa de criar uma empatia com a dona da casa, e coloquei na caixa de correio da casa. Eis uma cópia da carta:


Coloquei essa carta na caixa de correio da tal casa numa sexta-feira e, durante o final de semana, esqueci esse episódio. Quando, na segunda-feira, fui trabalhar pelo mesmo caminho de todo santo dia, e me deparei com a minha arqui-inimiga, com os seus dois novos amigos de trabalho, a vassoura e o balde, não acreditei e pensei "eu ganhei?"
Passei por ela com ar de vencedor e eu não podia deixar aquilo passar batido e, do outro lado da rua, acenei para ela com o mesmo ar debochado dela e, em alto e bom som, disse "Bom dia, colega, cadê a sua amiga, a mangueira?"
Ela rapidamente olhou para mim e disse que estava em um certo orifício que se localiza no corpo da minha mãe, enquanto enfiava a vassoura dentro do balde e esfregava a calçada.
"Antes lá, do que na sua mão, né? Bom dia pra você e fala para a dona da casa que eu senti firmeza nela, tá? Não achei que a carta fosse funcionar, ainda mais tão rápido!"
            "Então foi você, né?!
"Não fica brava, não é nada pessoal, é só uma questão de princípios. E uma dica, na sua casa, vê se usa o balde também, tá? Tchau!". Ela continuou lavando a calçada enquanto falava algo que eu não entendi porque já estava meio distante.
Fiquei muito orgulhoso por conseguir fazer duas coisas importantes, a primeira foi informar duas pessoas sobre o consumo consciente de água e a outra foi ganhar uma “queda de braço”. O que mais eu posso pedir?
Agora, não esperem que eu mande uma carta para obrigar alguém a ser responsável com nossos recursos. Ao invés disso, visitem o site do Instituto Akatu e se informem sobre o que vocês podem mudar no seu dia a dia para ajudar o nosso planeta.

(Alex Félix, Ciências Contábeis )


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Recado da dúvida

Neste post de estreia do 2º semestre, temos um poema em forma de rondel e que nos leva a refletir sobre a comunicação... E este texto é de um aluno da turma de Contábeis... Pois é, quem disse que os números não podem ser amigos das letras? ;) Parabéns, Victor !
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Favor anote o recado,
E passe adiante por mim.
Eu que entendi tudo errado?
Será que Deus quis assim?

Qual o tamanho do estrago
De ouvir “não”, se entender “sim”?
Favor anote o recado,
E passe adiante por mim.

Eu tenho me perguntado:
Quando a vida chega ao fim
Será que era tudo armado
E vou ouvir soar o plim-plim?
Favor anote o recado.
Traduzido de http://www.underwhelmedcomic.com/2009/06/22/todays-comic-message-in-a-bottle/

(Victor Pedroso de Macedo, Ciências Contábeis)

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um esporte que pode ajudar a mudar o mundo

Vale tudo pela paixão nacional?... Leia o post do aluno Lucas e reflita junto com ele.
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     Uma das maiores paixões do ser humano, o futebol mexe constantemente com a emoção das pessoas, tanto de maneira positiva, como negativa. Infelizmente, algumas pessoas abusam de ser torcedor e acabam cometendo violência contra torcidas de times rivais e, na maioria dos casos, acabam estragando um dos maiores espetáculos do mundo que é o futebol. Leis e normas são feitas e executadas, mas nem com essas leis os membros de torcidas respeitam, pelo contrário! Infelizmente, mortes e casos de vandalismo ainda tomam conta do futebol, fazendo até com que deixemos de frequentar estádios por causa dessas e outras situações que se enfrentam.
     Já pelo lado positivo, podemos falar da paixão e da alegria que contagiam a maior parte das pessoas que vão aos estádios e se divertem, vendo seu time do coração jogar. Outro ponto importante, além disso, é que, devido a essa paixão enorme pelo esporte, muitos projetos sociais em periferias ou áreas mais humildes são feitos com o intuito de tirar crianças das ruas, fazendo com que a prática de esportes seja um motivo para que essas crianças não partam para o mundo do crime e da violência. 
      Assim conseguimos ver e acreditar que o futebol, além de ser uma paixão mundial, pode e deve servir de exemplo para que o número de crianças que hoje estão na rua, sem ter um auxílio nenhum, possam praticar o esporte.     Vale lembrar que torcer não é brigar. Torcer é amar seu time, torcer é gritar, cantar, incentivar, mas é ser cidadão acima de qualquer coisa. Não confundir paixão com violência é um ponto muito importante para que esse esporte tão amado seja cada vez mais bem quisto por todos.
                                                         (Lucas Petty, ADM, diurno)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A valorização das “verdadeiras” profissões

Tão relevantes as reflexões que o aluno Ari propõe neste post... O que você quer ser quando crescer?
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         Quando ainda somos crianças, geralmente pensamos na profissão que queremos seguir ao crescer, muitas dessas pela influência dos pais, que escolhem profissões que trazem fama e dinheiro, como jogador de futebol, ator, atriz, entre outras... Hoje em dia, é difícil ver crianças que escolhem profissões de risco, como policial ou bombeiro, por conta também do fato de que seus pais não os incentivam, dizendo: “vai querer salvar vidas de outras pessoas e arriscar a sua?”.
          As crianças que decidem seguir essas profissões que envolvem certo risco podem ser chamadas de verdadeiros heróis, pois sabem que podem perder sua vida em apenas alguns instantes, tentando salvar uma pessoa durante um incêndio ou em uma operação policial.
         Tudo isso também é culpa da mídia que não valoriza essas profissões. Isso passará a acontecer quando um bombeiro conseguir receber 20% do salário de um jogador de futebol... isso mesmo, 20%, parece absurdo, né, mas é real. Um bombeiro, como pudemos ver no incêndio que ocorreu em Santos, passou 7 dias para conseguir combater o fogo que não parava de aumentar dia após dia, para receber em torno de 3 salários mínimos. Um jogador de futebol, por sua vez, passa noventa minutos chutando uma bola em apenas uma ou duas vezes por semana e recebe cerca de 1 milhão por mês, claro que depende de qual jogador estamos falando, mas continua sendo absurdo e difícil de se acreditar.
          Mas a desigualdade não ocorre só nessas profissões não; temos, como exemplo, os professores, que nem precisa dizer quanto são importantes para ensinar as crianças; os lixeiros, que passam recolhendo os lixos de nossas casas; os garis, que limpam nossa cidade para nosso bem, dentre outras que merecem uma real valorização.
          Para combater essa desigualdade, depende muito de nós. Porém, uma boa ideia é começar a dar valor para esses verdadeiros "guerreiros" que nascem querendo ajudar o próximo. Devemos passar também a refletir sobre a situação do país e saber que ainda tem muita coisa para se fazer, em busca de um país sem desigualdade, não apenas de profissões, e sim econômica e social.


(Ari Marcelino, ADM, diurno)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Lemas da sociedade: o que, realmente, vale a pena?!

Vale a pena refletir sobre estes questionamentos que a aluna Livia aborda... Estamos vivendo segundo nossa consciência? Estamos fazendo nossas escolhas?
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         "Penso, logo existo"; este era o lema dos tempos antigos. E, hoje, qual seria o lema? Pessoas mesquinhas, egoístas, sem cultura, sem personalidade e conteúdo. Esse é o perfil da maioria da sociedade. E quando nos deparamos com pessoas assim, não sabemos como reagir diante de tanta podridão. É possível os conceitos e valores terem mudado tanto?! Quais são os valores de hoje?
          Diante de tantos questionamentos, somos forçados a refletir: será que vale mesmo a pena mudar nossos valores, atitudes, pensamentos e até modo de viver e vestir para nos adequar a essa nova sociedade? Deveríamos ser quem não somos, criar máscaras para nos moldarmos e nos incluirmos socialmente? São perguntas retóricas que devemos fazer todos os dias, porque máscaras caem e, no fim, o que resta é a sua essência. Essa pode ser má ou boa, depende da índole de cada um.
          Ah, o lema? "Vivo equivocadamente, logo existo", do qual podemos tirar muitos outros lemas. Vendo tantas pessoas banais, se "contaminando", deve-se pensar: vale a pena mesmo?! É isso que queremos ser? É assim que queremos viver?
          Não, obrigada. Escolho ser eu mesma!
          Hoje, dinheiro, beleza e status valem mais que atitudes, caráter e inteligência. As amizades não são mais sinceras, porque o que move o mundo é a ganância, o interesse. Mas e aí, dinheiro compra tudo mesmo? Venderia sua alma, seu caráter por status?
          Não, obrigada. Não estou à venda!
          Os conceitos e valores podem ter mudado muito com o tempo, mas eu sobrevivi! Apesar dos pesares, da depravação, acredito que ainda possam existir pessoas com quem valha a pena ter uma amizade sincera, um "papo cabeça", sem interesses, sem egoísmo, sem mesquinharia. "Penso, logo existo", "Questiono, logo existo", "Vivo intensamente meu eu, logo existo". Sim, esses são meus lemas. Qual o seu?

                            ( Livia Aika Shirota, ADM, diurno )

Uma charge sustentável...

Este post está excepcional e muito criativo! Parabéns, Clair, por ter ousado com a criação de uma charge alusiva à sustentabilidade.  


                                            ( Clair Oahu, ADM, noturno )

Ser $ustentável ou não ?

Eis um texto bem reflexivo sobre a temática da sustentabilidade e sua relação com o mercado.
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Homo sapiens... Para a natureza, no começo, éramos isso, apenas mais uma espécie no planeta água (a qual está sendo mais desperdiçada a cada dia)... Uma espécie que poderia viver em harmonia com toda a fauna e flora. No entanto, o ser humano acabou virando um explorador que, com o passar do tempo, foi se tornando destruidor, cada vez mais querendo avançar e descobrir, mas, como consequência, acabou destruindo.
Depois de anos fazendo mal ao planeta e a outras espécies, o ser humano criou um termo ao qual chamou de “sustentabilidade’’. Esse termo a que me refiro pode ser visto como alternativa para amenizar a situação do planeta ou, então, apenas mais um jeito de explorar e ganhar o tão cobiçado dinheiro, porém, dessa vez com um discurso diferente.
Sempre vemos campanhas publicitárias enormes dizendo que precisamos nos conscientizar mais, que precisamos ser mais sustentáveis... É aí que entram as duas faces do jogo: tudo que é dito como “sustentável” sempre é mais caro ou mais difícil de se obter, e, com a lógica de que todos precisamos nos conscientizar, por que então não dar à população o acesso a esses itens que ajudam o planeta?
A resposta é simples: por causa do ‘”dinheiro’’. Não teria sentido algum para as empresas que utilizam a sustentabilidade como forma de publicidade, dar à população acesso a esses itens, pois é daí que vem o lucro das mesmas, ou seja, por que ofereceriam, de graça, um produto que lhes dá lucro? Não faz sentido, mas infelizmente é o que ocorre e, como fez com a natureza, o ser humano aproveita ao máximo o que é oferecido, e, mesmo depois que tudo está no fim, arruma um jeito de converter a situação para o seu próprio benefício.
Afinal, será que aqueles que mais falam de sustentabilidade realmente fizeram uma conversão para um modo de vida sustentável?

                                  ( Gustavo Carvalho, ADM, diurno )

domingo, 24 de maio de 2015

013 !

Este post é um convite para ligar o som e cantar e dançar... :)  
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Como a maioria dos apreciadores de sons e ritmos, eu, quando precisava de um mínimo de compreensão, acabava encontrando-a na música. É incrível como ela tem essa capacidade de ter sempre um verso que traduz um turbilhão de sentimentos que está em nosso interior. E mais ainda, traduz os pensamentos que parecem partículas inquietas implorando para atravessar o núcleo.
Meu contato com a música começou cedo. Minha família é uma verdadeira mistura de gostos musicais, um rock aqui, um rap ali, um sertanejo acolá... e assim vai. Tanto que quando me perguntam: “Qual seu tipo de música favorita?”, automaticamente meu cérebro faz uma seleção de todas as músicas de que gosto, acaba se deparando com uma sopa de gêneros e, por fim, dá um pequeno nó em meus neurônios. Mas, para apaziguar a situação, acabo citando uns dois ou três ritmos dos quais mais gosto, e acabo finalizando com “Eu sou bem eclética com música” (Ufa! Bem mais simples).
Quando estava com mais ou menos uns 10 anos, entrei no curso de violão junto com meu irmão mais velho e, depois disso, minha mãe teve que aumentar a cota de paciência, porque queríamos tocar a todo momento, em toda ocasião. Mas ainda bem que, depois de um tempo, a poeira baixou e passamos a tocar eventualmente, senão, coitados dos meus pais que não conseguiam assistir aos jornais, né? rs
As músicas que sempre preferi tocar pertencem à banda Charlie Brown Jr., uma banda local, que, mesmo após seu drástico término, ainda é minha banda favorita. Não me recordo ao certo quando foi meu primeiro contato com uma música deles, mas lembro que foi praticamente “amor ao primeiro som”. Logo juntei a habilidade de tocar com o gosto por essa banda e, depois disso, todos os calos na ponta dos dedos mal eram motivo de incômodo.
Quando me perguntam por que essa é minha banda favorita ou qual minha música preferida, lá vão meus neurônios se entrelaçar novamente. Porém, dessa vez, eu nunca encontro uma resposta concreta e acabo optando por uma das boas razões ou uma das boas músicas que me fizeram curtir a banda. Provavelmente, a maioria dos 013s (como são chamados os fãs da banda) não encontram respostas para essas perguntas assim, “de primeira”. A meu ver, as letras dessa banda sempre têm uma palavra de consolo ou incentivo, sempre há um verso que se encaixa com alguma situação, seja ela de tristeza, felicidade, paz, amor ou, até mesmo, protesto.
A música é, sem dúvida, uma arte incrível e, por ter essa capacidade de ser uma forma de expressão, por mexer com o intelectual e com o emocional, é que faz com que ela se torne muito admirada. O título de “primeira arte” é, indubitavelmente, merecido!
                                  (Giovanna Elisa, ADM, diurno)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A velhice nos tempos modernos

Um post - escrito por uma jovem - o qual discute a velhice na contemporaneidade ... Ufa! Há solução para este mundo! ;)
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A velhice tornou-se um assunto bastante polêmico na nossa atualidade, pois muitas pessoas enxergam essa fase da vida como uma fase maravilhosa, e outras como uma fase terrível, o que gera indagações sobre por que existe essa divergência de opiniões sobre o mesmo tema.
Portanto, o que faz a diferença entre a velhice ser uma fase boa ou ruim é, primeiramente, a aceitação de que inevitavelmente um dia ficaremos velhos e isso não é e nem deveria ser visto como um problema. Infelizmente, para a maioria da população, essa fase é vista com desprezo, e é justamente por isso que, neste século, a velhice se tornou uma fase terrível.
Quando não aceitamos que, um dia, ficaremos velhos, acabamos prejudicando nosso próprio bem-estar, pois iniciamos uma busca desenfreada e despropositada, simplesmente para tentar evitar o inevitável. Porém, se aceitarmos essa fase como uma dádiva, teremos uma velhice feliz, já que o envelhecimento não precisa ser visto como um problema, visto que, junto dele, vêm benefícios como a sabedoria, a maturidade e a estabilidade financeira. É o período em que podemos aproveitar tudo que construímos ao longo da vida, isto é, se, ao longo da juventude, soubermos construir profissionalmente uma carreira, para que, no futuro, tenhamos melhores condições de vida. Além disso, não temos mais as inquietações e ansiedades que tínhamos na juventude, podendo assim ajudar as pessoas com as experiências que adquirimos ao longo da vida.
Infelizmente, a grande maioria da população encara a velhice com total desprezo, os idosos são tratados como ultrapassados e são praticamente excluídos da vida em sociedade. Isso ocorre porque somos influenciados constantemente pela ideia de que o envelhecimento é sinônimo de incapacidade, que os mais velhos não contribuem em nada e são, unicamente, os jovens que movimentam o país. Assim, tem-se a ideia de que, por isso, os idosos devem ser deixados de lado, quietos em um canto. A nossa sociedade não aceita a velhice e não nos permite enxergar a beleza que existe nela.
É necessária uma mudança de concepção nas pessoas, pois precisamos enxergar que a velhice não é um problema, é uma fase tão nobre como qualquer outra. É necessária a conscientização de que ser velho não nos torna incapacitados e, principalmente, devemos parar de ver a velhice como uma doença, ela é apenas mais uma fase de nossas vidas e, por sinal, uma fase muito bela que merece o respeito de todos.

                                    ( Amanda Mirela Coutinho da Silva, ADM, diurno )


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Os Bilis da vida

Neste pequeno conto da aluna Giovanna Batistela, quantas grandes reflexões... Você é apenas mais um deles?
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Não é novidade para ninguém que o mundo está repleto de gente sem noção. Existem aqueles que são tomados pela ignorância e, por isso, nem sabem diferenciar suas atitudes. E existem aqueles, para mim, o pior tipo, que são sem noção e sem escrúpulos. Este é coprotagonista da estória de Bili, designado a ser o “guerreiro da sustentabilidade”.
Bili, todos os dias, seguia o mesmo trajeto para ir de casa até o trabalho. Em um dia como outro qualquer, mas com um pouco de chuva a mais, ele observou, ao mesmo tempo que segurava seu guarda-chuva contra o vento, que na esquina da praça em que passava todos os dias haviam deixado partes de um armário de cozinha, velho e colocado ali apenas para ser descartado. Bili seguiu seu caminho, acompanhado de sua “cara de bolinha”, pensando em quem poderia ter feito aquilo.
No dia seguinte, como todo brasileiro assalariado, nosso guerreiro saiu novamente de casa para ir trabalhar. Passou por árvores, casas, carros estacionados e, ao passar pela praça, vejam só, viu que o armário escangalhado acabara de ganhar a companhia de sacos de entulho... Reforma boa essa. Foi aí que, então, Bili decidiu descobrir quem estava fazendo tal coisa.
Todos os dias, saía de casa mais cedo para tentar flagrar o novo rei do lixão que estava crescendo na pracinha. Até que, um belo dia, ele avistou de longe o Sr. Catamontes, seu vizinho, deixando estacas de madeira ali, em meio a todo o resto que já depositara. Bili esperou para seguir seu caminho e planejou consigo mesmo que voltaria ali no dia seguinte.
Naquela noite, Bili já havia arquitetado seu plano e o colocaria em prática logo cedo. E foi o que fez. Levantou bem cedo, antes que os galos cantassem, pegou suas coisas e seguiu até a praça. Chegando lá, Bili, descaradamente, largou um saco de coisas velhas (que poderiam ser recicladas, mas, agora, seriam levadas pela chuva e entupiriam bueiros) e seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido.
Creio eu, mera narradora, que você está tão decepcionado como eu, que também pensei que Bili seria nosso grande herói e daria uma lição no Sr. Catamontes. Mas tanto quanto o seu vizinho, Bili não se importava nem um pouco com lixo mal descartado e para onde esse ia. Bili era vilão da própria estória, e guerreiro da sustentabilidade, uma ova! Ele era só mais um que se preocupava com o seu umbigo e nada mais, e o pior, ele era o sem noção tipo dois: sem noção e sem escrúpulos. Pobre confiança depositada em vão.
Quantos Bilis você conhece? Você não é um deles, é? Não decepcione a si mesmo, procure sempre a melhor maneira de descartar o que não lhe é mais útil e lembre-se: os Bilis de hoje conhecerão os carmas de amanhã.

(Giovanna Batistela, ADM, diurno)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

5, 6, 7, 8...

Neste post, a aluna Maria Augusta, de forma bem-humorada, relata os "passos e descompassos" da dança e nos convida a refletir sobre essa forma de arte... Preparados para bailarem nessa leitura?
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Entre pisadas e risadas em um fim de tarde no centro da cidade, avistei algo que me trouxe até aqui. Tentei não olhar, mas as vozes e barulhos foram sumindo, só conseguia ver aquele rosa, mas era AQUELE cor-de-rosa, do tipo que dói no fundo dos seus globos oculares. Aquela camiseta vinha caminhando lentamente na minha direção, com a imagem de um aparelho de academia e a seguinte frase: “ Tá’ difícil? Faz ballet”.
Segurei a desconhecida pelos ombros com toda força que pude exercer naquele momento e, aos gritos, perguntei: “VOCÊ SABE O QUÃO DIFÍCIL É A DANÇA E AINDA ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS NELA?”. Ela, acuada, soltou-se e correu.
Ok, você me pegou, não foi bem isso que aconteceu e, mesmo com todo meu cenário imaginário, a moça seguiu seu trajeto, carregando suas sacolas e conversando com sua amiga, sem que eu, ao menos, tivesse me dirigido a ela. Por esse quase acontecido, decidi escrever, um pouco, sobre o universo que é a dança.
Não tenho a intenção de desmerecer nenhum tipo de arte ou representação, mas, cá entre nós, a dança tem poder sobre os que estão dentro e os que estão fora desse mágico universo. De certa forma, compreendo aqueles que concordam com a frase estampada na camiseta, pois essa é a missão de um bailarino, fazer com que pareça fácil. Ainda que seu corpo doa, que seus pés sangrem e que sua mente esteja lhe pregando peças, ele nada deixa transparecer.
São taxados de loucos, e são loucos mesmo. Loucos e apaixonados pelo que fazem, pelo passo ou pela sequência acertada, por toda superação, o frio na barriga, os aplausos, as cobranças, o barulho consequente do impacto de cada salto na madeira do palco, o cheiro de spray para cabelo, o cheiro de talco, o cheiro de vida. Uma vida que é representada por altos e baixos, lágrimas e sorrisos, elogios e críticas e todos os outros prós e contras... Porém, pergunte a um bailarino se ele é feliz, e, quase que sem pestanejar, sua resposta será SIM!!!
Óbvio que nem tudo “são apenas flores”... Mas podemos, ludicamente, ignorar os espinhos e, se tem uma coisa que aprendi na dança, é que desistir nunca é uma opção. Mas é a partir daí que saliento a dificuldade inicialmente mencionada.
Citar os benefícios da dança (seja ela qual for) seria apenas “vender o peixe” e essa não é minha intenção. Então, vou resumir uma bailarina com duas frases: “ DIVA nos palcos, SÓ ‘O PÓ’ durante os ensaios”.  Talvez não faça muito sentido para os que estão lendo, mas assim que vocês tivessem sua primeira unha encravada, acompanhada de lindas bolhas (que costumam ser até apelidadas) e após sustentarem seu corpo por horas a fio apenas nos dedos dos pés, cruelmente apertados dentro de um bloco de gesso que é cinicamente disfarçado por um lindo cetim cor-de-rosa (olha ele de novo), entenderiam e muito bem...
Brincadeiras à parte, tenho a obrigação de relacionar a dança à arte e à cultura, afinal, a dança é a arte em que o artista se torna a própria obra, pois se usa o corpo para representar tudo e qualquer coisa, causando sorrisos e incontroláveis lágrimas, trazendo consigo toda uma vasta cultura desde os primórdios até a atualidade, sendo quase impossível separar uma da outra.
As cortinas deste palco estão oficialmente fechadas e protegidas de todo o meu blá-blá-blá. Mas não se anime tanto assim, porque eu volto, e em breve. Agradeço pela sua presença e espero que tenha valido a pena.
                                       (Maria Augusta Moreno, ADM, matutino)

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ensinar para aprender

Neste post, a aluna Iara Milito tece considerações bem interessantes a respeito do ofício de professor e do ato de ensinar, articulando-os ao aprender. Recomendo muito a leitura!
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Costumo dizer às pessoas que nasci professora.
Com o tempo, a experiência e os estudos, só me aperfeiçoei, mas sei que nasci professora. Amo ensinar e acredito, de verdade, que a melhor maneira de aprender é ensinando.
A minha primeira experiência como professora foi antes mesmo dos 10 anos de idade. Descobri que a faxineira que trabalhava na minha casa, Maria, não sabia ler. Todos os dias, quando ela ia embora, alguém tinha que a acompanhar até o ponto para que ela não pegasse o ônibus errado. Curiosa, como sempre, perguntei por quê, e me explicaram o motivo.
Não tive dúvidas. Na mesma hora, peguei um caderno, uma caneta e perguntei qual era o nome do ônibus que ela deveria pegar. Jardim Peri-Peri. Nunca mais esqueci.
Escrevi “Jd. Peri-Peri” em um papel, em letras de forma, e dei o papel para que ela levasse ao ponto para comparar com o que vinha escrito nos ônibus que se aproximassem. Antes dela ir, dei algumas dicas: “Como você não vai ter muito tempo, perceba que essas duas últimas palavras aqui são iguais, então só preste atenção nessa curtinha (Jd.) e na do meio (Peri)...”. E continuei com minhas dicas: “Está vendo essa primeira letra? É o jota. Ele se parece com um anzol, não parece? Então, se o ônibus que estiver vindo não tiver uma palavra que começa com um anzol, não é ele. Se tiver, daí você olha o resto. ” E assim comecei a ensinar a minha primeira aluna.
Como eu sabia que isso não era suficiente (nada como a experiência!), quando ela foi embora, acompanhei-a até o ponto para ver se ela iria conseguir fazer o que eu havia ensinado, e ali apliquei minha primeira prova! E minha aluna passou com louvor!
Mas sempre fui uma professora desconfiada, daquelas que gosta de testar de verdade, então a acompanhei por uma semana, até que nós duas nos convencêssemos de que ela não precisava mais disso.
Lembro que ela já trabalhava em casa fazia uns 3 anos e trabalhou por mais uns outros 3, e quando se tem 10 anos, 6 anos é quase uma vida inteira.
Neste tempo, não me bastei a ensiná-la a pegar o ônibus certo para ir para casa. Fiz a mesma coisa com o ônibus da vinda, ensinei Maria Aparecida de Souza a assinar seu próprio nome, as letras do alfabeto e a ler. Quando ela saiu de nossa casa, Maria lia livros. Estava alfabetizada.
Hoje sou professora de inglês há 16 anos, e agora estou cursando administração. Com tantas matérias novas que não domino, estudo muito. Leio, releio, faço resumos, esquemas e, quando já entendi, a fim de fixar o conteúdo, procuro alguém para quem explicar. Alguém que tenha dúvidas, que me faça perguntas e me force a compreender melhor o que estou estudando.
Não adianta tentar fugir de quem sou. Entender o conteúdo, eu entendo sozinha, mas, para aprender, no sentido mais profundo da palavra, eu ensino!


                                                               (Iara Milito, ADM, noturno)


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Consciência ambiental

Neste post, a aluna Fabiane Carvalho convida-nos a refletir sobre a nossa responsabilidade direta na causa de grande parte dos problemas ambientais. É um texto bem “provocador”! Parabéns!
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                Já faz alguns dias que podia ser observado o quanto as cidades de Santos e São Vicente estavam sujas... Não era difícil se incomodar ao passar em diversos bairros e observar montes de lixo acumulados em cada esquina, principalmente em São Vicente. Até mesmo embaixo de onde havia faixas (muitas delas colocadas pelos próprios moradores) pedindo para que não jogassem lixo nas ruas, era possível ver o desrespeito com a natureza. Mais ou menos há duas semanas, vem sendo feito o trabalho de limpeza das vias públicas, e o mais lamentável é que sabemos que não demorará muito para voltar a ficar como antes.
                Recentemente, por consequência do incêndio na Ultracargo, no bairro da Alemoa, em Santos, os impactos ambientais estão se propagando com força e é possível vê-los nitidamente, como, por exemplo, as oito toneladas de peixes mortos nos estuários e manguezais que ficam no entorno deste Polo Industrial. Uma situação extremamente delicada e revoltante, que envolvem muitos fatores, não só ambientais, como também políticos, tendo em vista que essa empresa poderá sofrer uma multa milionária, porém não temos garantia nenhuma de que será realmente paga.
                A população se revolta, claramente com razão, diante deste fato tão cruel envolvendo a natureza. Porém, será mesmo necessário que algo de tão grandes proporções aconteça para que as pessoas se preocupem com o meio ambiente? Uma situação tão grave preocupa até mesmo as mesmas pessoas que contribuem diariamente para a situação, também revoltante, encontrada nas cidades citadas no começo desse texto.
Falar sobre o meio ambiente pode ter se tornado maçante, clichê, porém mesmo assim há fatos que não mudam. Quantas pessoas analisam suas ações, após ver alguma notícia de consciência ambiental? O velho papo de "não jogar lixo nas ruas" ainda é tão válido quanto exigir providências sobre crimes ambientais de grandes proporções. As mesmas pessoas que jogam lixo nas ruas são aquelas que reclamam quando há enchentes ou quando, na primeira chuva, a cidade inteira já vira um caos. E pior: são as mesmas pessoas que responsabilizam exclusivamente o governo sobre esse tipo de poluição. Será mesmo que o governo é tão responsável sobre isso quanto as pessoas dizem que ele é?
                É muito fácil se revoltar sobre esse caso ocorrido na Ultracargo, sobre a poluição nas ruas (quando ela afeta sua rotina), sobre o aquecimento global, porém, não é fácil se reeducar e contribuir de sua maneira para uma redução de tais impactos.
Esses dias, escutei uma frase que me inspirou ainda mais para escrever esse texto: "as crianças não se importam com o meio ambiente, estão cada vez ligadas à tecnologia e não têm o mínimo de consciência ambiental". Lamentável escutar algo assim... A única esperança que podemos ter para que essa situação mude são, realmente, as crianças.
Para salvar o planeta, somente com muita educação e desenvolvimento da consciência ambiental. Infelizmente, enquanto a população continuar achando o assunto algo clichê e chato, permanecer poluindo até mesmo inconscientemente e seguir colocando a culpa no governo, nada mudará. Cada um deve fazer sua parte que, sim, mesmo que pequena, faz grande diferença no conjunto todo. E, sim, as pessoas devem aumentar a atenção em relação ao que acontece, exigindo que o governo também faça sua parte, com leis rígidas e também com sua consciência ambiental.
                Para fechar, fica a dica de um texto maravilhoso que tem tudo a ver com o assunto e nos faz refletir sobre ele, "Um recado natural":
              
                            (Fabiane Carvalho, ADM, diurno)