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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Santos e o paradoxo de uma cidade

Demorou, mas saiu um novo texto... E valeu a pena esperar! Rafael de Oliveira, do ADM noturno, volta a expor suas ideias, dessa vez, escrevendo para nos fazer refletir sobre os paradoxos ambientais de nossa cidade. Vamos ler seu post?  
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Sou santista de nascimento, passei toda a infância e fui criado nesta cidade, só precisei me ausentar daqui durante os três anos em que morei em Peruíbe, por conta do trabalho do meu pai, onde fiz todo o ensino médio. Voltei para Santos para cursar a faculdade e, atualmente, moro, trabalho e estou construindo minha família aqui.
Amo esta cidade de paixão e sempre digo a todos os meus familiares e amigos: “Não troco Santos por nenhum outro lugar”. É o local onde joga o meu time de coração e quero um dia criar meus filhos aqui, porém, tenho pensado muito sobre o nosso futuro, o da cidade e o meu.
A descoberta do pré-sal na baía de Santos, há alguns anos, e a esperança de que as riquezas encontradas a milhares de metros da profundidade tenham influência aqui em cima trouxeram para cá um crescimento nunca antes visto, o que levou à construção de diversos novos empreendimentos, tanto para moradia como empresariais.
Todos nós estudamos em Geografia que vivemos em uma ilha e ouço sempre os mais velhos dizendo que “lá pelas bandas do Canal 7, era tudo mangue”... pois bem, nossa cidade toda, esgoto, luz, água, está instalada sobre uma ilha e será que com esta quantidade e monstruosidade de prédios que estão sendo construídos, nossa ilha aguentará?
Já estamos sentindo um grande efeito deste crescimento desordenado e sem critério que vem ocorrendo em Santos, o trânsito está cada vez pior e rumores sobre instituir um rodízio de carros, assim como na Capital, tornam-se cada vez mais reais.
Sendo assim, chegamos ao ponto do título do texto, o paradoxo, a dicotomia, o contraste de pensamento. Há um pouco mais de seis meses, a prefeitura lançou o projeto Bike Santos, colocando à disposição da população diversas bicicletas, em diferentes pontos da cidade.
Segundo Thiago Benicchio, diretor da Ciclocidade (Associação dos ciclistas urbanos de São Paulo): “A bicicleta ajuda individualmente as pessoas a terem mais economia, mobilidade e saúde. Coletivamente, ajuda a cidade se locomover melhor diminuindo o número de carros, desafogando o transporte público e promovendo a interação das pessoas com o ambiente urbano”. Para Thiago, a maior parte das cidades está muito atrasada com relação a aproveitar o potencial das bicicletas e demoram muito para realizar obras de infraestrutura.
Nesse sentido, Santos está muito bem estruturada e vem demonstrando certa preocupação em melhorar as condições para quem usa a bicicleta como meio de locomoção. Temos ciclovias nas principais avenidas, principalmente na orla, o que torna a nossa praia ainda mais bonita e convidativa a um passeio. Ao mesmo tempo, as pessoas poderiam dar mais atenção às “bikes” e deixar os carros na garagem, incentivando familiares e amigos a seguirem este exemplo.
Por outro lado, caso estes prédios continuem sendo erguidos, fatalmente levará a uma situação de caos e a um colapso de todos os serviços básicos: água, luz, esgoto e transporte.
Portanto, a população deveria se mobilizar a fim de exigir que a prefeitura investisse mais neste tipo de política de conscientização ambiental, proibindo a construção destes arranha-céus, bem como outros empreendimentos que estão destruindo toda a estrutura, o trânsito e o visual de nossa cidade, transformando Santos em uma megalópole.
Se não, de que adiantará incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte? Eis aí um perigoso paradoxo!

OBS: entrevista com o Diretor da Ciclocidade, Thiago Benicchio, extraída do diário esportivo LANCE!, do dia 8/5/13, página 15, em matéria sobre o jogo Santos FC x Joinville (SC), considerada esta a cidade das bicicletas, sendo que lá existem mais de 70Km de ciclovias construídas e 80% da população utiliza este tipo de transporte no dia a dia.


( Rafael Oliveira de Abreu, ADM, noturno )

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